domingo, 20 de setembro de 2009

LITERATURA DE CORDEL


Segundo a Wikipédia, a literatura de cordel é um dos vários gêneros da nossa literatura e é formada por poesia popular, rimada, com narrativa métrica e ilustrada com xilogravuras, trazendo figuras um tanto quanto simples, bem rústicas.

Ela era declamada e posteriormente passou a ser impressa em livretos bem rústicos, com papel de baixa qualidade e desta forma, poderia ser mais facilmente consumida, comprada por um custo final acessível.

A Literatura de Cordel teve início com o romanceiro luso-espanhol da Idade Média e veio de Portugal desde o início da colonização e por lá, os livretos eram expostos pendurados em barbantes, dando origem ao nome.

Na metade do século XIX começaram as impressões dos cordéis brasileiros na Bahia, com características próprias e os temas incluíam fatos do cotidiano, fatos históricos, nosso folclore e lendas, temas religiosos, entre outros, onde qualquer assunto pode virar cordel nas mãos dos poetas mais competentes.

Herdamos o nome, porém, com o tempo passou a ser conhecida como “folheto” e a tradição do barbante também não perpetuou e hoje os cordéis são expostos das mais variadas formas possíveis, em bancas e bancadas, por exemplo.

No cordel, as estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos e os seus autores, chamados de cordelistas, quando recitam esses versos, o fazem de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados normalmente de uma viola e fazem as leituras ou declamações muito animadas, tentando conquistar os possíveis compradores.

No Brasil, a Literatura de Cordel se enraizou no Nordeste, principalmente nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará e costumam ser comercializados em feiras livres e mercados populares pelo seus próprios autores.

O Cordel migrou e chegou ao Sudeste e são encontrados em Feiras Culturais, Casas de Cultura, Livrarias e em apresentações especiais dos cordelistas, em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Os principais poetas do passado foram Leandro Gomes de Barros (1865-1918) e João Martins de Athayde (1880-1959) e as façanhas do cangaceiro Lampião e o suicídio de Getúlio Vargas são alguns dos assuntos que tiveram maior tiragem no passado.

O cordel apresenta aspectos interessantes;

- as suas gravuras, chamadas xilogravuras, representam um importante espólio do imaginário popular;
- pelo fato de funcionar como divulgadora da arte do cotidiano, das tradições populares e dos autores locais, a literatura de cordel é de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais, contribuindo para a perpetuação do folclore nacional;
- pelo fato de poderem ser lidas em sessões públicas e de atingirem um número elevado de exemplares distribuídos, ajudam na disseminação de hábitos de leitura e lutam contra o analfabetismo;
- a tipologia de assuntos que cobrem, crítica social e política e textos de opinião, elevam a literatura de cordel ao estandarte de obras de teor didático e educativo.

Postado por João E. Pereira em 20/09/09

ACADEMIA BRASILEIRA DE LITERATURA DE CORDEL


A Academia Brasileira de Literatura de Cordel é a entidade literária máxima a reunir no Brasil, os expoentes deste gênero literário típico da Região Nordeste do país.

Com sede no Rio de Janeiro, à Rua Leopoldo Fróes, 37, no bairro de Santa Tereza, foi funda em 7 de Setembro de 1988 e conta com um acervo de mais de 13 mil títulos e com o apoio da Federação das Academias de Letras no Brasil, possibilitou a aquisição de sede própria.
Contato: http://www.ablc.com.br - contato@ablc.com.br - Fone: 55 21 2232-4801

Presidente - Gonçalo Ferreira da Silva
Vice-Pesidente - Messody Benoliel
Secretária - Maria Luiza
Tesoureira - Wanda Brauer
Diretor Jurídico - Agenor Ribeiro
Diretor Cultural - Marcus Lucenna
Assessores do Presidente - Francisco Paulino Campelo - Marlos de Herval Lima da Silva - Guaipuan Vieira

A Academia é constituída por quarenta cadeiras, cada uma delas, sob um patrono e tem como finalidade principal, discutir os assuntos ligados à Literatura de Cordel, disseminando o gênero e seus autores, contribuindo significativamente com a cultura popular, servindo de apoio central de divulgação desta forma de expressão para todo o Brasil e para o mundo, divulgando e realizando palestras, sarais, eventos culturais, entre muitas outras realizações.
Cadeira - Patrono - Ocupante

1 - Leandro Gomes de Barros - cadeira vaga
2 - José Pedro de Barros - cadeira vaga
3 - Firmino Teixeira do Amaral - Gonçalo Ferreira da Silva
4 - Apolônio Alves dos Santos - Moreira de Acopiara
5 - José Camelo -
João José dos Santos
6 - Guerra Vascurado - Sepalo Campelo
7 - João Martins de Athayde - Marcus Lucenna
8 - Sebastião Nunes Batista - Abelardo Nunez
9 - Luiz da Costa Pinheiro - Olegário Alfredo
10 - Catulo Cearense - cadeira vaga
11 - José Pacheco - Klévisson Viana
12 - Francisco das Chagas Batista - Paulo Nunes Batista
13 - Delarme Monterio Silva - Marco Haurélio
14 - Pacífico Pacato Cordeiro Manso - William J. G. Pinto
15 - Patativa do Assaré - Antonio Fco Teixeira de Melo
16 - Veríssimo de Melo - Adriana Cordeiro Azevedo
17 - Silvino Pirauá - Manoel Santamaria
18 - José Bernardo da Silva - Maria Rosário Pinto
19 - Leonardo Mota Messody - Ramiro Benoliel
20 - Manoel D'Almeida Filho - Glória Fontes Puppin
21 - Joaquim Batista de Sena - Rosah Rosa
22 - Antônio Batista Guedes - Argeu Sebastião da Motta
23 - Capistrano de Abreu - Agenor Ribeiro
24 - Silvio Romero - Heloisa Crespo
25 - Juvenal Galeno - Francisco Silva Nobre
26 - Luis da Câmara Cascudo - Crispiniano Neto
27 - M. Cavalcante Proença - Zayra Coutinho
28 - Caetano Cosme da Silva - cadeira vaga
29 - Manoel Caboclo e Silva - Maria Luiza
30 - José Galdino da Silva Duda - Cícero Pedro de Assis
31 - Umberto Peregrino - Ivamberto Albuquerque Oliveira
32 - José da Luz - Antônio de Araújo (Campinense)
33 - Rodolfo Coelho Cavalcante - Wanda Brauer
34 - Manoel Camilo dos Santos - Luis Nunes Alves (Severino Sertanejo)
35 - José Praxedes - cadeira vaga
36 - Ademar Tavares - Antônio Bispo dos Santos
37 - José Soares - J. Victtor
38 - Manoel Tomaz de Assis - Manoel Monteiro
39 - Sebastião do Nascimento - cadeira vaga
40 - João Mequíades Ferreira - Arievaldo Viana


Fonte: http://www.ablc.com.br
Postado por João E. Pereira em 20/09/09

OBRAS CONSAGRADAS DE CORDEL


A Cabocla Encalhada - Mestre Azulão
A chegada de Lampião no Inferno - José Pacheco da Rocha
A Peleja de Cego Aderaldo e Zé Pretinho - Firmino Teixeira do Amaral
A vida do Padre Cícero - Manoel Monteiro
As receitas do Dr. Prodocopéia" - Jotabarros
Côco Verde e Melancia - José Camelo
Iracema - Alfredo Pessoa de Lima
Os Cabras de Lampião - Manoel D'Almeida Filho
Pavão Misterioso - José Camelo de Melo
Romeu e Julieta - João Martins Athayde
O Soldado Jogador - Leandro Gomes de Barros
Senhor dos Anéis - Gonçalo Ferreira da Silva
Viagem a São Saruê - Manoel Camilo dos Santos

Fonte: http://www.ablc.com.br
Postado por João E. Pereira em 20/09/09

RENOMADOS AUTORES DA LITERATURA DE CORDEL


Afonso Nunes Vieira
Alberto Porfírio
Alfredo Pessoa de Lima
Antonio Américo de Medeiros
Antonio Marinho
Apolônio Alves dos Santos
Arievaldo Viana Lima
Carneiro Portela
Cego Aderaldo
Celestino Alves
Chico Caldas
Cicero Vieira da Silva
Constatino Cartaxo
Coronel Neco Martins
Cuíca de Santo Amaro
Expedito Sebastião da Silva
Firmino Teixeira do Amaral
Francisco Sales Areda
Franklin Maxado
Gerardo Teodósio dos Santos
Gonçalo Ferreira da Silva
Guaipuan Vieira
Ignácio da Catingueira
J. Borges
João Cesário Barbosa

João Firmino Cabral
João Firmino Do Amaral
João José da Silva
João Martins de Athayde
João Rodrigues Amaro (Jotamaro)
Joaquim Batista de Sena
José Bernardo da Silva
José Caetano
José Camelo de Melo
José Costa Leite
José Francisco Borges
José Gentil Girão(Seu Ventura)
José João dos Santos (Mestre Azulão)
José Pacheco
Jotabarros
Leandro Gomes de Barros

Lourival Batista, o Louro do Pajeú
Manoel Camilo dos Santos
Manoel D’Almeida Filho
Manoel Monteiro da Silva
Mestre Azulão
Minelvino Francisco Silva
Negra Chica Barbosa
Olegário Fernandes da Silva
Orlando Tejo

Patativa do Assaré
Pedro Bandeira
Pinto de Monteiro
Raimundo Santa Helena
Rodolfo Coelho Cavalcante
Romano da Mãe Dágua
Rubenio Marcelo
Sá de João Pessoa
Severino Milanês da Silva

Silvino Pirauá de Lima
Siqueira de Amorim
Teo Azevedo
Wilson Freire
Zé da Luz

Zé Limeira
Zé Praxedes


Fonte: http://www.ablc.com.br
Postado por João E. Pereira em 20/09/09

MIGRAÇÃO NORDESTINA


Segundo a Wikpédia, no ano de 1877 o nordeste brasileiro estava sendo castigado por uma forte seca e muitos nordestinos, principalmente cearenses, foram estimulados par migrarem para a Amazônia, onde iniciava o Primeiro Ciclo da Borracha, necessitando de mão-de-obra para a extração do látex, migração esta que também ocorre durante a Segunda Guerra Mundial, no auge do Segundo Ciclo.

A migração era sempre estimulada pelos Governos Estaduais e em 1943 passou a ser estimulada pelo Governo Federal, durante o Governo Getúlio Vargas.
Estima-se que pelo menos 60.000 nordestinos migraram para a Amazônia, para trabalharem como Soldados da Borracha.

Nas décadas de 60 e 80, com a industrialização do Brasil à todo vapor, a migração toma outro rumo e os nordestinos começam a se deslocar intensamente para a região Sudeste, principalmente para o Rio de Janeiro e São Paulo, estados com grande oferta de empregos, os quais se tornam os Estados vistos como “terra dos sonhos e das oportunidades”.

A migração de nordestinos para o estado de São Paulo teve início antes da metade do século XIX, impulsionada pela industrialização paulista e pelo destaque no desenvolvimento do estado em relação aos demais estados da federação.

Nos anos 80 e 90 o fluxo se direciona para o Distrito Federal e mais uma vez para o Amazonas e com a melhoria em outras regiões.

O grande volume migratório começa a apresentar seus problemas também nos anos 80 e 90, época de crises políticas e econômicas, aumento do desemprego e redução gradativa da renda.

Muitos migrantes viajavam sem condições de se estabelecerem nas cidades e com as crises e queda da oferta de empregos, muitos se viam em situação de total abandono, sendo obrigados a morarem em condições sub-humanas, residências normalmente construídas com tábuas, sem nenhuma estrutura, moradias sem energia elétrica, sem água potável e sem coleta de esgotos, comprometendo a qualidade de vida.

Sem emprego, os migrantes se viam obrigados a encarar qualquer tipo de trabalho, formal ou informal e ainda contavam com o preconceito social, quadro que assistimos até hoje.
Postado por João E Pereira - 20/09/09